Em entrevista para o colunista do portal Uol Diogo Schelp, Kalout diz que os estragos só não são maiores porque o setor agropecuário tem sido capaz de se opor e reagir às decisões mais prejudiciais, forçando recuos importantes para a diplomacia.
Com 60% da pauta comercial do Brasil, o setor agrícola tem o Irã como o seu quinto maior parceiro, relação que ficou estremecida, segundo o cientista, após o governo federal liberar uma nota em apoio ao assassinato de um general do país.
“O mercado agropecuário é altamente competitivo e baseado em confiança. Se você perde espaço, não recupera tão fácil. E quem são os nossos principais concorrentes? Europa e EUA. Se o governo brasileiro começa a abrir lacunas no mercado por questões ideológicas, vai acabar destruindo o nosso setor do agrobusiness, que é o mais desenvolvido do mundo”, explica o pesquisador à coluna do Uol.
Outro ponto destacado por Kalout é que o governo não encontrou o equilíbrio entre a sua política externa e a capacidade agrícola brasileira. Na visão do cientista, isso não deve acontecer, já que as posições ideológicas são contraproducentes para os interesses nacionais.
“No acordo assinado entre China e Estados Unidos, os chineses basicamente se comprometem a comprar dos americanos os principais produtos que concorrem com a nossa produção. O acordo em si é uma bomba sobre o setor”, finaliza.
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Fonte: Dinheiro Rural