Cientes de que o mercado da pecuária de corte está mudando e evoluindo, os criadores estão cada vez mais informados sobre os programas de seleção genética e com mais acesso a diferentes fontes de informação sobre os animais. Para os pecuaristas e produtores, mais do que genética de ponta, precisamos ofertar reprodutores que a convertam em produto: rendimento e qualidade de carne. Com isso, o mercado consumidor está se afunilando; não há mais tempo e espaço para erros no sistema de produção: a genética tem que se manifestar na forma de lucratividade.
Para acompanhar essa tendência, o Nelore Vera Cruz lança mão melhoramento de diferentes formas de avaliação, que incluem mensuração do crescimento (peso), indicadores de eficiência reprodutiva (perímetro escrotal, fertilidade e precocidade sexual, relação a desmama, longevidade reprodutiva), produtividade e qualidade de carcaça e carne (rendimento e acabamento), eficiência alimentar (conversão, eficiência, consumo residual) e biotipo produtivo e funcional (estrutura, precocidade, musculosidade, características sexuais e raciais). As avaliações fenotípicas coletadas são associadas a modernas ferramentas moleculares, como a DEP genômica (que aumenta a confiabilidade por reunir diferentes programas e bases de avaliação genética - ANCP, PMGZ e Qualitas - com uma completa análise intrarebanho), teste de progênie e avaliação de doadoras. Dessa forma, a seleção do Nelore Vera Cruz é conduzida como uma “genética de precisão”, com o objetivo de ofertar animais pensando no equilíbrio dos desejos do mercado consumidor com as metas lucrativas do sistema de produção de carne. Assim, o uso de genética provada e diferentes fontes de informação contribuem significativamente para aumentar a produtividade, e o retorno do investimento é visto logo à primeira parição. Isso porque no pacote de material genético Vera Cruz há, além de funcionalidade, excelente conformação frigorífica, padrão racial, habilidade maternal, muita precocidade produtiva, reprodutiva e de carcaça e um forte ganho em peso de forma eficiente. Resultado: dinheiro no bolso! O Nelore Vera Cruz usa a genética pensando em maior produtividade e rentabilidade para o sistema de produção de carne. De fato, genética de ponta proporciona isso.
Na tabela 1, apresentamos a superioridade, inclusive econômica, de se utilizar o pacote de genética Nelore Vera Cruz em comparação à média da raça Nelore (ANCP). Consideramos três características importantes para a eficiência do sistema: peso de abate (P450), rendimento de carcaça (AOL) e eficiência alimentar (CAR), ou seja, peso da carcaça, rendimento frigorífico e custo para o ganho e carcaça produzida. Verificamos que, ao utilizar reprodutores Vera Cruz, trazemos um incremento de, em média, 18 kg por animal, valor superior à média da raça nelore em 389%. Somando-se a isso, com genética Vera Cruz é possível aumentar 1,74 cm² de DEP para Área de Olho de Lombo, o que, em valores de rendimento, representa 0,80% e, em valores de quilos de carcaça produzidas, representa 21,05 (ou 0,83@). Logo, a produção é de carcaças mais pesadas e com maior rendimento frigorífico, o que, em um lote de 500 animais abatidos, representa uma superioridade de 477,66 arrobas.
Falando de rentabilidade e derrubando o mito de que animais geneticamente superiores apresentam maior custo de produção para expressar melhor desempenho, incluímos na projeção o Consumo Alimentar Residual (CAR). Animais Vera Cruz apresentam, em média, DEPCAR de -0,038, ou seja, consomem menos 38 gramas ao dia para ganhar 1 kg de peso vivo. Em termos de %, a superioridade em relação à média da raça nelore é de 280%. A utilização de exemplares mais eficientes resulta em uma economia diária e individual de R$ 2,52 no custo com alimentação, o que, considerando um período de confinamento (90 dias), gera uma economia de R$ 226,80 por animal pelo fato de se ter escolhido um reprodutor com “pacote de genética melhorador”.
Assim, animais superiores, oriundos do rebanho Nelore Vera Cruz, apresentam menor consumo de alimentos para 1 kg de ganho de peso vivo e alcançam maior ganho diário em carcaça com melhores índices de eficiência biológica, o que reflete em um menor custo por arroba produzida e também em um maior ganho de carcaça por dia, proporcionando auferir uma maior receita. A equação da rentabilidade é simples: somamos animais mais pesados com maior rendimento de carcaça e mais eficientes quanto ao uso de alimento. Dessa forma, o resultado é maior eficiência e menor custo de produção, o que aumenta a margem de lucro. Considerando um lote de 500 animais, isso representa uma lucratividade superior de R$ 172.143,14 a cada ciclo de confinamento. A utilização de animais melhoradores é imprescindível para a evolução dos rebanhos, progresso genético e, conforme demonstrado, rentabilidade do sistema de produção. Animais com genética de ponta, como os produzidos pelo Nelore Vera Cruz, são um exemplo de incremento de produtividade e lucratividade.
Fonte : Em revista Nelore vera cruz edição 2019 | www.neloreveracruz.com.br
-Dr. Cláudio Ulhôa Magnabosco Zootecnista, Doutor e Pesquisador A da Embrapa Cerrados
-Ludmilla Costa Brunes Zootecnista, Doutoranda UFG/Embrapa
-Renato Tângari Dib Zootecnista, Professor UEG Revista
