A pressão baixista dos frigoríficos, enfim, surtiu algum efeito nesta terça-feira, 4 de maio, em algumas praças pecuárias.
Dados apurados pela Scot Consultoria apontam queda de R$ 2/@ na arroba do boi gordo em SP, ante o valor de segunda-feira, para R$ 310/@ (preço bruto e a prazo).
Animais com padrão exportação (abatidos mais jovens, com até 30 meses) recebem um ágio de até R$ 7/@ nas praças de São Paulo.
As cotações das fêmeas ficaram estáveis nesta terça-feira, acrescenta a Scot.
Segundo a IHS Markit, o período inicial de seca nas regiões pecuárias e os altos custos de nutrição obrigam muitos pecuaristas a ofertar os seus animais, já que não podem mais segurar a boiada no pasto, tampouco têm recursos para bancar os altos custos da alimentação no cocho.
“Como há muitas unidades frigoríficas paralisadas no País, qualquer leve aumento de oferta de animais terminados gera melhor liquidez no mercado”, observa a IHS.
Com o avanço na oferta de boiadas, além do processo de redução proposital da capacidade diária de produção, as indústrias conseguiram prolongar as suas escalas de abate, agora girando entre 7 e 10 dias, informa a IHS. “Isso possibilita a barganha por preços menores”, ressalta a consultoria.
Entre as principais praças pecuárias do Brasil, foram verificados novos movimentos de baixa na arroba nos Estados de GO, MT, TO e SP, em função dos prolongados períodos de seca, que trazem condições adversas ao pasto, informa a IHS (veja abaixo os preços atuais de machos e fêmeas nas principais praças do País).
Porém, considerando as principais praças pecuárias, o valor da arroba se mantém acima de R$ 295/@, ou seja, os preços continuam em patamares elevados.
Disparada do milho – Diversas regiões do País já registram mais de 50 dias sem chuva, gerando grandes preocupações em relação à produção do milho safrinha.
O forte acréscimo nos preços do cereal elevaram demasiadamente os custos da engorda, impossibilitando o confinamento no segundo semestre nas pequenas e médias propriedades, relata a IHS.
Embarque recorde – As exportações de carne bovina in natura somaram 125,4 mil toneladas de carne, representando queda de 6,28% em relação ao mês anterior, segundo informa a IHS, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Na comparação com abril de 2020, porém, houve expansão de 7,92% – foi o melhor mês de abril da série histórica.
Estabilidade no atacado – No mercado atacadista brasileiro, os preços dos cortes bovinos seguem estáveis. O destaque desta terça-feira, 4, foi a redução de R$ 0,20 no valor do sebo, informa IHS.
Até o momento, a demanda mais ativa pela carne bovina, esperada pelos varejistas e distribuidores, não foi verificada, relata a IHS.
Porém, a expetativa ainda é avanço no consumo interno da proteína vermelha, estimulado pelas comemorações dos Dia das Mães (no próximo domingo), além do recebimento da massa salarial.
As novas flexibilizações nas medidas de isolamento social contra a Covid-19 permitiram a reabertura de portas das redes de foodservice, o que também pode elevar a venda da proteína bovina ao longo de maio.
Fonte: Portal DBO