Com as escalas de abate relativamente melhores, grande parte dos frigoríficos brasileiros abriu a terça-feira (11 de maio) ofertando valores mais baixos para o boi gordo, o que contribuiu para um mercado mais travado, com baixa liquidez, informam as consultorias do setor.
Levantamento diário da Scot Consultoria apontou retração de R$ 1/@ no valor da arroba nesta terça, para R$ 306/@, preço bruto e a prazo.
As cotações das fêmeas ficaram estáveis. Bovinos abatidos mais jovens, com até 4 dentes, apresentam um ágio de até R$ 9/@, acrescenta a Scot. Na avaliação da IHS Markit, as indústrias frigoríficas brasileiras não enfrentam grande necessidade de adquirir animais, devido ao avanço nas escalas de abate, que no geral se encontram acima de 7 dias. Apesar da pressão de baixa dos compradores, os pecuaristas evitam fechar negócios a preços menores, observa IHS. Ao mesmo tempo, continua a consultoria, os produtores tentam driblar os altos custos da nutrição e proteger melhor as suas margens. “Pecuaristas de pequeno e médio porte venderam boa parte dos seus animais terminados a pasto, optando por engordar o restante do rebanho por meio de parcerias com grandes empresas do segmento (boiteis), visando maior retorno no segundo semestre”, informa a IHS. Em relação às vendas externas, as exportações de carne bovina in natura registraram uma desaceleração na primeira semana de maio/21. O grande apetite do mercado asiático no primeiro trimestre pode ter gerado estoque e arrefeceu a demanda, justifica a IHS Markit. Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias do Brasil, foram registradas nesta terça-feira, 11, variações negativas da arroba no MS, MT, MG, TO e RJ, de acordo com dados apurados pela IHS Markit. Os pecuaristas das regiões Centro-Oeste e Sudeste enfrentam um forte período de seca, o que impossibilita a estratégia de segurar a boiada nas fazendas à espera de bons negócios. Com a melhoria de oferta, os preços da arroba recuam, embora de maneira leve – nada parecido com a onda de valorização registrada meses atrás. No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos permaneceram estáveis nesta terça-feira, com exceção da vaca casada, que apresentou redução de R$ 0,20/kg, informa a IHS. Até o momento, a demanda pela proteína bovina permanece bem abaixo das expectativas das distribuidoras. Na avaliação a IHS, o maior consumo de carne bovina ao longo do último final de semana não foi suficiente para permitir repasses ou até mesmo maior procura por matéria-prima, visando a reposição do estoque. Fonte: Portal DBO