Diariamente, as consultorias do mercado do boi acompanham os principais movimentos dos negócios nas mais importantes praças pecuárias do Brasil. Nos últimos meses, o trabalho mais comum entre as empresas que divulgam análises diárias está sendo atualizar, praça por praça, os preços de machos e de fêmeas enviados ao abate – sempre para cima.
Nesta quarta-feira, 2 de setembro, claro, não foi diferente. Houve reajustes positivos em algumas das principais regiões pecuárias, sobretudo no Centro-Oeste e Norte-Nordeste. As regiões que não tiveram alteração no valor da arroba hoje, como São Paulo, é porque houve registro de altas ontem (caso da praça paulista, onde o boi saltou para R$ 240/@, a prazo, valor máximo) ou anteontem.
Essa tem sido a rotina do mercado pecuário, influenciado pela forte restrição de oferta de animais alimentados no pasto, devido ao período de entressafra, e também ao fraco desempenho, até o momento, do setor de confinamento, devido às incertezas em relação ao quadro econômico geradas durante o pico da crise da pandemia da Covid-19, no segundo trimestre do ano.
Além disso, o pecuarista está menos disposto a vender as suas matrizes para abate, mantidas nas fazendas desde que os preços do bezerro começaram a valer ouro, subindo fortemente, reflexo do inversão do ciclo pecuário – para a fase de alta.
Assim, em meio a grande dificuldade para avançar com as escalas de abate, os frigoríficos elevam os preços oferecidos pela boiada na tentativa de manter os níveis adequados de produção diária, relata a IHS Markit. “Neste início de setembro, as indústrias brasileiras buscam atendem minimamente à forte demanda pela carne, no ambiente doméstico e, sobretudo, internacional”, destaca a consultoria.
Além dos volumes elevados dos embarques de carne bovina, o escoamento de carne para os atacados domésticos também avançou nos últimos dias. Isso porque, com a entrada de salários neste período de virada do mês e a aproximação do feriado nacional na próxima segunda-feira (7 de setembro), os distribuidores se mostraram mais ativos na procura pelos principais cortes bovinos, diante da retomada do consumo doméstico, emplacando maior liquidez no mercado da proteína, observa a IHS Markit.
As exportações de carne bovina “in natura” ao longo de agosto totalizaram, segundo dados preliminares divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 163,22 mil toneladas. A receita média dos embarques foi de US$ 31,15 milhões por dia; 21,54% maior que o mesmo período no ano passado. Em volume, o crescimento na comparação anual foi de 26,54%, uma média diária de 7,77 mil toneladas.
Giro pelas praças
No Centro-Sul, ajustes positivos foram registrados nesta quarta-feira nos seguintes Estados: Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
Na região Norte-Nordeste, os preços subiram no Tocantins, Rondônia e na Bahia.