Negociação representa a abertura de um novo mercado para quem trabalha com melhoramento genético
O trabalho de melhoramento genético das raças zebuínas, desenvolvido por pecuaristas brasileiros em parceria com instituições de pesquisa e associações de raça, tem colocado o País em destaque no cenário internacional.
A produtividade do nosso rebanho faz vistas aos países que buscam ser mais eficientes na produção de leite e carne. No começo de novembro, uma exportação de gado vivo para os Emirados Árabes marcou a abertura de novos mercados para a pecuária brasileira.
“Essa exportação foi feita por um grande empresário, um sheik, que quer tornar o seu Emirado autossuficiente na produção de leite e carne. Foram selecionados 185 animais de 18 raças, provenientes de criatórios de destaque no Brasil”, comenta Fábio Pinto da Costa, da AgroBetel, empresa especializada na exportação de animais de grande porte.
GADO BRAHMAN NAS ALTURAS
O Brahman é uma das raças mais utilizadas em todos os continentes. Presente em mais de 70 países, é valorizado pela sua adaptabilidade, habilidade materna, precocidade e capacidade de produzir carne em quantidade e qualidade.
No município de Brasilândia (MS), Alexandre Ferreira comanda o trabalho de criação e melhoramento genético do Brahman Vitória. Um rebanho premiado nas pistas de julgamento e em programas de avaliação, eleito o Melhor Criador e Expositor do Brahman a pasto nos anos de 2015, 16 e 17. “O Brahman é amplamente utilizado no mundo como raça pura e em programas de cruzamento. Essa exportação representa a abertura de um novo mercado para os criadores brasileiros. É um reconhecimento ao nosso trabalho e nos motiva a seguir evoluindo”, comenta o pecuarista.
RETOMADA DA CONFIANÇA
A exportação de animais vivos para os Emirados Árabes é um indicador da retomada da confiança do mercado externo nos produtos brasileiros.
Em 2017, após onze meses, a balança comercial brasileira apresenta um superávit acumulado de US$ 62,008 bilhões – resultado de US$ 200,154 bilhões de bens e serviços exportados para o exterior -, contra US$ 138,146 bilhões importados. Um recorde desde o início da série histórica do governo, em 1989. Os dados foram divulgados dia 01 deste mês pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
Um novo tempo para a pecuária: a abertura de novos mercados nos trará reconhecimento, e nossa carne levará sabor ao prato de povos distantes. Neste celeiro tropical tão vasto, novos horizontes começam a ser vislumbrados. É tempo de rasgar o céu e atravessar o oceano com nossa genética e produção. Este é o fruto do trabalho de quem já não conhece fronteiras.
Por Gustavo Ribeiro – Berrante Comunicação