Os preços do boi magro e do milho estão bem acima dos verificados no mesmo período de 2019, mas os ajustes dos contratos futuros do boi gordo na bolsa de mercadoria B3 sinalizam viabilidade do confinamento neste ano, destacam nesta quinta-feira, 18 de junho, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Os preços futuros do boi gordo para o segundo semestre giram atualmente na casa dos R$ 213/@ na B3. Recentemente, o analista Leandro Bovo, da Radar Investimentos, disse à DBO que a movimentação de estabilidade da arroba no mercado futuro não estava em sintonia com realidade do mercado físico pecuário, marcado por uma forte tendência de alta, reflexo da baixa oferta de animais terminados neste início de entressafra e pelo crescimento vigoroso das exportações de carne bovina.
Na média do Estado de São Paulo, o boi magro em maio foi negociado a R$ 2.933,55, alta de 37,3% frente a maio/19, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de maio/20), de acordo com o Cepea. Quanto ao milho, apesar do alto patamar no final do ano passado e no início de 2020, os valores atuais estão se enfraquecendo, contexto que vem favorecendo a dieta de confinamento, relata o Cepea.
Em maio, a média do Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) foi de R$ 47,96/saca de 60 kg, quase 35% acima do verificado em maio/19, em termos reais.
Na avaliação dos pesquisadores, neste início de época de seca, os pecuaristas analisam a movimentação dos valores do boi gordo no mercado futuro (B3), no intuito de gerenciar a receita. “Os contratos futuros do boi gordo operam em patamares interessantes para a atividade de confinamento”, apontou o Cepea. Na avaliação dos pesquisadores, ainda que parte dos produtores que confina animais já tenha feito as contas dessa atividade de engorda, “a pandemia de Covid-19 e as consequentes incertezas geradas no mercado fizeram com que muitos adiassem e/ou limitassem a entrada de gado no cocho”.
Fonte: Portal DBO
Foto: Sepaf-MS