A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu a live “Ferrovias: por quais trilhos percorrem os produtos agropecuários brasileiros?”, na quarta (3).
O encontro foi moderado pelo diretor técnico adjunto da CNA, Reginaldo Minaré, e contou com a participação do coordenador do Esalq-Log, Thiago Guilherme Péra, e do presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luis Henrique Teixeira Baldez.
Minaré destacou a importância do assunto para o Brasil, que tem uma matriz agrícola e um tamanho territorial “gigantesco”. Segundo ele, dos quase 30 mil quilômetros de extensão concedida da malha ferroviária brasileira, 18 mil km estão abandonados ou semiabandonados.
“Não está faltando só investimento. Precisamos de um planejamento de estado, segurança jurídica e investimentos privados e públicos de forma permanente. É um desafio e uma grande oportunidade, pois o agronegócio precisará continuar produzindo, exportando e transportando”, afirmou o diretor técnico adjunto da CNA.
Para Thiago Péra, o setor agropecuário é um dos principais “clientes” da logística, com uma produção que ultrapassa um bilhão de toneladas e um volume de demanda de transporte superior ao volume produzido. Conforme ele, a ferrovia tem um papel importante para a redução de custos, das emissões de gases de efeito estufa e de acidentes nas rodovias.
“O agronegócio é um importante segmento da economia e que tem uma demanda reprimida por infraestrutura gigantesca. As expectativas dão conta de que a nossa produção vai aumentar muito nas próximas décadas e é extremamente importante que a nossa infraestrutura cresça mais do que a nossa produção para termos uma efetiva diversificação da matriz de transporte”, disse.
O presidente executivo da Anut analisou a falta de competitividade da logística brasileira, o novo marco regulatório das ferrovias e o que fazer para melhorar os custos ferroviários.
Entre as proposições da entidade estão a participação efetiva na regulamentação do PLS 261 – que trata sobre o novo marco regulatório de exploração das ferrovias –, a fiscalização dos sistemas tarifários e a cobrança dos órgãos de estado, além de um efetivo combate à abusividade de preços, à adoção de medidas que dificultam a integração da malha e à posturas empresariais que impeçam a concorrência intra e intermodal.
“Precisamos criar uma coalizão de entidades usuárias e trabalhar de braços dados, junto aos concessionários e ao poder concedente, para que isso efetivamente traga o que a gente quer: a redução do custo logístico”, declarou Baldez.
Fonte: Notícias Agrícolas
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