O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, admite a possibilidade da epidemia de coronavírus na China afetar as vendas de carne bovina para o país. Em entrevista ao programa Globo Rural, da TV Globo, ele afirma que as empresas associadas à entidade têm assinado contratos em escala menor, mas nega ter havido parada nas vendas.
“Não dá para não considerar. Pode afetar. Temos feito análises diárias. Nossas empresas todas estão fazendo contratos com os chineses só que em uma escala um pouco menor. Mas não tem nenhuma parada. Os negócios estão mantidos”, diz ele (assista abaixo).
No ano passado, a China foi o principal comprador da carne bovina do Brasil. Em meio a um cenário de disputa comercial com os Estados Unidos e a uma epidemia de peste suína africana, que afetou o mercado local de proteína animal, a demanda do país asiático foi considerada o principal impulso dos resultados dos frigoríficos brasileiros no mercado externo.
Os chineses importaram 494,078 mil toneladas de carne bovina brasileira em 2019, 26,7% do volume total exportado no período, um recorde de 1,847 milhão de toneladas. O mercado chinês rendeu aos frigoríficos brasileiros uma receita de US$ 2,68 bilhões, 35,4% do total das exportações, um recorde de US$ 7,57 bilhões. Os dados são do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura.
Mais recentemente, alguns contratos com os chineses foram renegociados. Para Antônio Camardelli, é uma situação que faz parte do negócio. “Os preços, em alguns contratos, foram, sim renegociados, mas o curso normal segue e faz parte do negócio. Comercializamos nosso produto sempre com 30% do contrato adiantado. Isso dá uma segurança”, diz ele.
Fonte: Globo Rural.
Foto: Governo de Rondônia