O mercado brasileiro do boi gordo abriu a semana em tom de espera, com um baixo volume de negócios, mas o ambiente ainda foi de preços firmes devido à escassez de oferta, informa a IHS Markit.
Poucas indústrias chegaram a efetivar operações nesta segunda, uma vez que a grande maioria optou por se manter ausente dos negócios, a fim de avaliar estoques nas câmaras frias depois das vendas no último final de semana, acrescenta a consultoria.
“A estratégia é verificar até que ponto o consumo doméstico tem fôlego para absorver os repasses de custo à carne bovina, já que o ritmo das exportações ainda evolui de forma lenta devido ao menor apetite chinês”, destaca a IHS.
Segundo dados levantados nesta segunda-feira (29/11) pela Scot Consultoria, nas praças paulistas, a referência de preços segue em R$ 316/@ para o boi gordo, R$ 295/@ para vaca gorda e R$ 305/@ para novilha pronta para abater (preços brutos e a prazo).
“Com as escalas completas para a semana, os compradores avaliaram o mercado nesta segunda-feira e, portanto, poucos negócios foram reportados”, informa a Scot.
De acordo com a IHS, as poucas unidades frigoríficas brasileiras que estiveram ativas durante o dia visaram preencher lacunas nas escalas de abate desta semana.
“Com a programação feita até o começo da próxima semana, muitas indústrias saíram dos negócios e passam a aguardar a dinâmica do consumo de carne bovina durante esta virada de mês”, relata a IHS.
Entre regiões acompanhadas pela consultoria, os preços da arroba do boi reagiram nos Estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Maranhão.
No Centro-Oeste, informa a IHS, as indústrias locais conseguiram fixar novos negócios por meio da elevação dos preços da arroba, o que permitiu a formação de escalas de abate até o dia 4 de dezembro.
Em Minas Gerais, frigoríficos locais optaram pela aquisição de fêmeas com foco em preencher lacunas nas programações de abate desta semana.
No Pará, lotes volumosos, com boa qualidade de acabamento e com boa localização (proximidade das plantas frigoríficas) geraram acréscimo diário de até R$ 300/@ nos preços do boi gordo.
No Maranhão, compradores tiveram que operar com uma arroba a R$ 295/@ para fixar novos negócios, informa a IHS.
Nas demais regiões brasileiras, os preços do boi gordo seguem firmes.
Na bolsa B3, assim como na sessão anterior, o dia foi marcado por muita cautela entre os agentes e preços voláteis.
“De certa forma, a cadeia já precificou a forte recuperação do consumo por efeito das festas de final de ano”, observa a IHS.
Os contratos futuros com vencimento para o ano de 2022 estão operando acima de R$ 330/@, efeito da manutenção da oferta enxuta de animais terminados e da expectativa de retorno da China ao mercado comprador de carne bovina brasileira.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos se mantiveram estáveis nesta segunda-feira, relata a IHS.
“O suporte aos preços da carne bovina se mantém pela equalização entre oferta e demanda, efeito do menor ritmo dos abates de animais nas indústrias frigoríficas”, afirma a consultoria.
Apesar de um fluxo mais cadenciado das vendas, não há formação de excedentes nos estoques das unidades, o que ofereceu suporte a estabilidade dos preços dos cortes bovinos, acrescenta.
A possibilidade de reação do consumo com a virada de mês traz uma nova rodada de consistência das vendas, o que poderá abrir espaço a possibilidade de altas nos preços da carne bovina, prevê a IHS Markit.
Fonte: Portal DBO
Leia mais:
A importância da genética nos rebanhos de corte
3 características que toda boa matriz deve possuir
C21115