Cotações do boi gordo permanecem em patamares elevados.
No geral, os valores em importantes praças giram ao redor de R$ 295 e R$ 310/@; com escalas de abate mais confortáveis, indústrias tentam negociar preços menores no mercado
Cotações do boi gordo permanecem em patamares elevados.

Nesta terça-feira, 27 de abril, o mercado brasileiro do boi gordo apresentou nova rodada de baixa nos preços da arroba em algumas praças pecuárias, sobretudo na região do Centro-Oeste.

No entanto, o movimento diário de queda tem sido de baixa intensidade, apesar da piora na qualidade das pastagens.

No geral, os valores do boi gordo ainda se mantêm em patamares bastante altos, girando ao redor de R$ 295 e R$ 310/@, dependendo da região de negociação.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, em São Paulo, principal referência para outras praças de pecuária do Brasil, a arroba do boi ficou estável nesta terça-feira, na comparação com o valor de segunda-feira.

O boi gordo que tem como destino o mercado interno vale R$ 312/@ (preço bruto e a prazo) nas praças paulistas.

Os negócios para vaca e novilha gordas estão ocorrendo em R$ 290/@ e R$ 303/@, respectivamente, nas mesmas condições de pagamento.

As programações de abates dos frigoríficos paulistas seguem relativamente confortáveis, atendendo em média seis dias, informa a Scot.

“As indústrias frigoríficas de todo o Brasil aproveitam a melhora virtual de oferta para tentar barganhar preços menores no mercado”, relata a IHS Markit.

A consultoria observou uma nítida melhoria nos negócios com boiada gorda em boa parte das praças pecuárias.

Essa maior liquidez é puxada pelo início do período de seca, que vem deteriorando os pastos em quase todo o Brasil, com exceção da região Norte.

A realocação do gado adquirido ao longo dos últimos dias permitiu uma grande folga nas escalas de abate no Brasil, que giram entre 8 e 10 dias úteis, informa a IHS.

Do lado de dentro da porteira, os pecuaristas enfrentam um período de grande dificuldade. As condições de pastagem já não permitem a terminação ou retenção de animais.

“Devido aos altos custos de nutrição, os produtores são obrigados a ofertar os seus animais, mesmo abaixo do peso ideal”, observa a IHS.

Há relatos de antecipação do confinamento em algumas propriedades, em uma tentativa de driblar as consequências da provável quebra da safrinha de milho, acrescenta a consultoria.

Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias do Brasil, foi registrado nesta terça-feira, 27, uma maior pressão de baixa de preço da arroba no Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, tanto em função do avanço do período de seca como pela menor procura por parte das indústrias, informa IHS (confira abaixo os preços atuais de machos e fêmeas goradas nas principais regiões do Brasil).

No Pará, há problemas logísticos em suas estradas, consequência das fortes chuvas que atingem o Estado.

Em São Paulo, de acordo com levantamento da IHS Markit, o mercado de boiada gorda segue truncado em função da queda de braço entre os frigoríficos e pecuaristas. Nas demais praças, liquidez baixa, mas com sinais de fragilidade de preços, relata a consultoria.

Queda da carne no atacado – No mercado atacadista brasileiro, foram observadas reduções de preços para os cortes de traseiro bovino e para a vaca casada, informa a IHS.


“A fraca demanda já presente no final do mês foi além as expectativas da cadeia. O último final de semana não obteve consumo suficiente para escoar os estoques, justificando assim a redução no preço da proteína”, relata a IHS.

Porém, a maior flexibilidade nas medidas restritivas contra o avanço de Covid-19 pode gerar aumento na demanda pela carne bovina, principalmente no segmento de foodservices, prevê a consultoria.

Embarques sustentam cotações – O mercado interno de carne bovina segue fragilizado, e o setor ainda usa o mercado externo como pilar de sustentação dos preços do boi gordo, apesar de relatos de empresas que atuam com margens negativas.

Até a quarta semana de abril, segundo dados preliminares da Secretaria de Comercial Exterior (Secex), as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 106,6 mil toneladas, com uma média de 7,11 mil ton./dia, representando expansão de 22,2% quando comparado ao volume do mês de abril de 2020.

Até o momento, abril já apresenta o maior volume exportado dos primeiros meses de 2021 e, caso o ritmo seja mantido, será o maior volume histórico já embarcado para o mês, antecipa a IHS Markit.


Fonte: Portal DBO