Brasil deve alcançar o status de país livre de febre aftosa sem vacinação até 2023, abrindo as portas de mercados muito exigentes
2017 está chegando ao fim com a expectativa de que nos próximos anos a pecuária nacional se verá completamente livre de uma sombra que há muito tempo atrapalha as exportações da carne brasileira para mercados muito exigentes: a febre aftosa.
Apesar de não registrar nenhum caso da doença desde 2004, o país ainda precisa manter a vacinação preventiva do rebanho e tal prática nos impede de comercializar para 40% do mercado internacional.
No entanto, no que depender do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no último mês de outubro, este empecilho está com os dias contados.
O plano já começou a ser implementado e prevê que até 2023 todo o rebanho nacional será reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação.
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De acordo com Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), quando o Brasil conquistar esse status poderemos acessar países como Taiwan, Japão, Indonésia e Coréia do Sul, que praticam o maior preço médio das exportações mundiais.
Ainda segundo ele, considerando uma inserção nesse mercado, com proporção média de penetração entre 10 e 15%, nosso potencial de vendas em um ano teria um acréscimo de 1 bilhão e 300 milhões de dólares.
Camardelli também afirmou que a ABIEC apóia o PNEFA e acredita que o Brasíl irá cumprir a meta estabelecida pelo programa.
E o engajamento de todos os setores envolvidos é essencial para cumprirmos o prazo do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa na visão de Guilherme Henrique Figueiredo Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA.
De acordo com Marques, também é necessário priorizar algumas ações que devem ser reforçadas. “Precisamos aumentar a capilaridade e aprimorar a capacidade do sistema de vigilância sanitária. Melhorar as condições de barreira primária, que seria o controle das fronteiras, a análise de risco da importação de produtos animais, bem como também analisar a questão das vulnerabilidades que o Brasil possa ter em relação ao eventual risco de entrada da febre aftosa no país”, finalizou ele.
Por Yahell Bonfim | Canal Rural