Nesta quinta-feira (16), representantes do setor público e privado se reuniram no “2º Fórum Nacional do Plano Estratégico 2017 – 2026” do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA).
Em encontro online, eles apresentaram o panorama do Brasil para uma transição de zona livre de febre aftosa com vacinação para o reconhecimento do país sem a necessidade de vacinar o rebanho.
Atualmente, o Brasil tem o reconhecimento internacional de zonas livres de febre aftosa sem vacinação em sete estados. A área abrange Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso. O reconhecimento é conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Para o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Moraes, o país tem o desafio de evoluir gradativamente a região que ainda utiliza a vacina, que representa 80% do território nacional, para áreas livres de aftosa sem vacinação.
“O grande objetivo é avaliar de forma conjunta, buscando evitar ao máximo a implantação de estruturas de fiscalização e restrições de trânsito entre as regiões”. Geraldo Moraes, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa
O pecuarista Sandro Guaitolini também participou do Fórum como representante do setor produtivo do estado de Rondônia, um dos primeiros estados a iniciar o processo de retirada da vacinação.
“A gente entende que mudamos de patamar e nesta nova fase, sem a vacinação, a vigilância se faz mais rigorosa e constante do que nunca. E tem que ser ainda mais eficiente, em que todos os atores devem agir com máxima rapidez, comunicando qualquer suspeita aos órgãos responsáveis, dando respostas efetivas a fim de minimizar os possíveis estragos. É um processo que exige acompanhamento constante, pois a cada instante se apresenta um novo desafio”, defendeu ele.
Na visão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o pecuarista é o principal aliado para o avanço do status do país para livre de febre aftosa sem vacinação.
A coordenadora de Produção Animal da entidade, Lilian Figueiredo, frisou que a retirada da vacina é uma decisão conjunta em que o setor privado, público e, principalmente, o produtor devem caminhar de mãos dadas técnica e politicamente.
“É essencial conscientizar o produtor para que as informações cheguem a todos na ponta com a confiança do pecuarista nos trabalhos para avançar com segurança. Precisamos vender segurança alimentar e não apenas alimento, demonstrando que a retirada da vacinação reforça a qualidade da produção com segurança e agregação de valor à carne a partir da imagem de um produtor que cumpre as exigências e tem um manejo sanitário correto”, enfatizou.
A meta é que todo o território brasileiro seja considerado livre de febre aftosa sem vacinação até 2026. Atualmente, em torno de 70 países são reconhecidos como livres de febre aftosa.
A doença afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos e traz prejuízos como limitações à comercialização de produtos pecuários.
A febre aftosa ainda exige esforços constantes dos produtores rurais e das autoridades sanitárias para prevenção e erradicação.
O Brasil registrou o último foco de febre aftosa em 2016. Desde 2018, todo o território do país é reconhecido internacionalmente como livre da doença (zonas com e sem vacinação).
O 2º Fórum Nacional para a Febre Aftosa foi organizado pela equipe gestora Nacional do PE-PNEFA, coordenada pelo Departamento de Saúde Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: Portal DBO
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