MELHORES TIPOS DE PASTAGEM PARA O GADO
Para obter produtos de alta qualidade e bons rendimentos nos negócios, o produtor precisa focar em melhorias em todas as etapas da cadeia de produção.
MELHORES TIPOS DE PASTAGEM PARA O GADO

Na pecuária, a alimentação dos animais é um fator determinante para atingir as características desejadas na carne. E em sistemas de criação de gado em campo solto, saber escolher os tipos de pastagem que serão ofertados aos bovinos pode fazer toda a diferença no resultado.

Ao contrário do que possa parecer, escolher a forrageira não é tarefa simples e gera muitas dúvidas ao produtor. É necessário considerar aspectos como a fase de vida do rebanho, o tipo de solo, as condições climáticas da região e os atributos de cada planta. Mas como encontrar a forrageira ideal para a sua propriedade? Que características da planta devem ser avaliadas antes de iniciar a formação do pasto e como fazer uma boa semeadura?

Como escolher o tipo de pastagem para o gado?

 Para acertar na escolha da pastagem é necessário, primeiro, definir qual será a sua utilização (cria, recria, engorda ou silagem). Após estabelecer os objetivos, é fundamental levar em consideração o clima da região. Os biomas brasileiros apresentam diferenças significativas e fatores como temperatura e intensidade das chuvas e da luz solar influenciam diretamente o desenvolvimento das plantas.

É importante optar por espécies adaptadas para cada localidade para obter o aproveitamento máximo da planta, sem acarretar prejuízos financeiros. Regiões quentes, com alta disponibilidade de sol e regularidade pluvial como Norte, Centro-Oeste e Sudeste recebem bem as forragens do gênero Brachiaria, enquanto na região Nordeste é bom investir no cultivo de plantas que suportam pouca umidade (como a Cenchrus ciliares).

Na região Sul, as plantas perenes de verão dos gêneros Pennisetum e Brachiaria são bastante utilizadas e, para enfrentar as geadas e as baixas temperaturas do inverno, é recomendado o plantio de aveia, azevém e leguminosas (como o trevo). Além disso, as características bromatológicas de cada forrageira devem ser consideradas, ou seja, é preciso conhecer a natureza, a composição, o processamento e o valor nutritivo das plantas para acertar na cobertura do campo.

Vejamos a seguir os tipos de pastagem mais cultivados no país.

 1. MARANDU OU BRACHIARÃO (BRACHIARIA BRIZANTHA)

 Há mais de 30 anos, esse é o capim mais comercializado no país devido à sua alta flexibilidade de uso e sua grande capacidade adaptativa aos climas e aos diferentes níveis de fertilidade dos solos. É uma forrageira de fácil manejo, que tem um alto índice nutricional, garantindo mais produtividade. Apresenta raízes profundas e vigorosas — o que confere tolerância à seca e ao frio. É resistente à baixa luminosidade e à cigarrinha das pastagens e, ainda, tem ótima digestibilidade e palatabilidade.

2. BRACHIARIA DECUMBENS 

Essa espécie é muito utilizada no Cerrado e em solos ácidos e de baixa fertilidade. Apresenta uma excelente resposta a fertilizantes, além de tolerar o pisoteio e o pastejo intenso. É bastante agressiva, o que limita sua combinação com leguminosas, mas, por outro lado, contribui para o controle de ervas daninhas.
Seu plantio caiu em desuso no Brasil, por um tempo, devido à suscetibilidade ao ataque de pragas (como a cigarrinha das pastagens e o fungo Phithomyces chartarum). Entretanto, nos últimos anos voltou a ser muito utilizada por ser relativamente resistente a solos encharcados e geadas, além de ter boa palatabilidade.

3. BRACHIARIA HUMIDICOLA 

Muito utilizada no Pantanal e na região Norte, pois apresenta grande tolerância aos solos com excesso de umidade, mal drenados ou sujeitos a alagamentos. Suporta passar boa parte do ano embaixo d’água e se adapta bem a solos de baixíssima fertilidade. É comum o consórcio com o capim Mombaça, que morre nas áreas encharcadas. Tem digestibilidade e palatabilidade satisfatórias.

4. BRACHIARIA RUZIZIENSIS

 Esse capim requer solos de média e alta fertilidade para se desenvolver, com boa drenagem e em regiões de clima tropical. Tem alta qualidade nutricional, sendo indicado para animais em recria ou engorda e também para fenação. Tem grande palatabilidade, mas é pouco tolerante ao frio e à seca. Devido a sua vulnerabilidade a pragas e a sua baixa capacidade de rebrota, seu uso foi diminuído pelos produtores, mas tem sido recomendada para a prática de sobressemeadura e para o sistema integrado lavoura-pecuária por ter boa germinação.

5. CAPIM MOMBAÇA (PANICUM MAXIMUM)

 Essa forrageira é conhecida pela qualidade, alta produtividade e pela capacidade adaptativa a diversas condições climáticas. Devido à sua alta produção, exige solos férteis para se desenvolver e, por isso, os investimentos em fertilizantes devem ser considerados. Por ser mais custoso, seu uso é recomendado para áreas menores, em que é possível manejar melhor a plantação. É indicado, inclusive, o uso de arame para limitar a área de pastejo. Assim, os animais consomem uma forragem mais vigorosa e não há desperdício de capins que cresceram demais (rejeitados pelo gado).


Fonte: Compre Rural