Novo presidente da Gadolando, Marcos Tang, alerta para os prejuízos do produtor com a paralisação da coleta devido à greve dos caminhoneiros
O criador Marcos Tang, de Farroupilha (RS), iniciou nesta terça-feira, 29 de maio, a sua terceira gestão à frente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando). No evento de posse, ocorrido na sede da entidade, em Porto Alegre, fez um apelo às autoridades e aos caminhoneiros que estão em greve há nove dias, para a necessidade e a importância do escoamento do leite. Sem ter como transportar a produção para os laticínios, a coleta está paralisada.
O dirigente afirmou que a entidade entende perfeitamente o movimento dos caminhoneiros, mas ressaltou que o leite é o produto mais perecível do agronegócio e que o setor gostaria que tivesse um tratamento especial. “Agora empossado, represento os produtores da raça holandesa e peço a sensibilidade para que o nosso produto possa ser escoado das nossas propriedades que já estão operando no vermelho”, declarou Tang, lembrando que o setor sofre, já há um certo tempo, com a crise nos preços pagos ao criador e com os elevados custos de insumos.
O novo presidente da Gadolando explicou que o leite cru descartado não pode ser doado ou distribuído para o consumo da população pois o produtor pode ser responsabilizado criminalmente por tal ato. “Não temos o que fazer com esse leite que vai fora. Quem tem porcos pode utilizar um pouco para a alimentação desses animais ou produzir queijo ou doce de leite somente para consumo próprio, pois não temos autorização para vender esses produtos. Então, para quem coloca o leite fora, é muito penoso. Muitas vezes é tudo o que uma família tem, trabalhando de sol a sol, e ninguém irá indenizá-la. Ao contrário de quem produz grãos ou cereais não é possível estocar o leite. Nós não temos botão de desliga para as vacas e, por isso, temos que fazer as entregas todos os dias”, desabafou.
Tang substituiu o criador Jorge Fonseca da Silva que presidiu a entidade no biênio 2016-2018. Segundo Silva, foi um período muito difícil, com uma crise que já vem desde 2014. “Estamos com um produto que não tem mais valor no mercado, tivemos que equacionar custos, mas a Gadolando tem uma história de 80 anos e acredito que cumpri as minhas metas. O produtor primário é muito forte, basta dar qualquer tipo de estímulo que ele responde com produção”, finalizou.
Atualmente, a Gadolando possui 170 associados diretos e mil indiretos, por meio de cooperativas e prefeituras. A raça holandesa é responsável por 70% da produção de leite do Rio Grande do Sul.
Confira a nova diretoria:
Presidente: Marcos Tang
Vice Presidente Administrativo e Patrimonial: Ricardo Biesdorf
Vice Presidente Financeiro: Mário Luís dos Santos
Vice Presidente de Eventos: José Ernesto Ferreira
Vice Presidente de Assuntos Técnicos: Bruna Schifelbein
Fonte: AgroEffective Comunicação e Agronegócio