Ritmo mais forte das exportações de carne bovina sustenta preço interno do boi gordo
Ritmo mais forte das exportações de carne bovina sustenta preço interno do boi gordo
Ritmo mais forte das exportações de carne bovina sustenta preço interno do boi gordo

No curtíssimo prazo, os preços do boi gordo devem continuar firmes nas principais praças pecuárias do Brasil, com possibilidade até mesmo de alguns ajustes positivos no decorrer desta semana, prevê o analista Hyberville Neto, da Scot Consultoria. Segundo ele, a arroba continua sustentada pelo avanço das exportações de carne bovina, favorecida pela desvalorização do real frente ao dólar, o que deixa a commodity brasileira mais competitiva no mercado internacional. Além disso, continua Neto, o mercado segue influenciado pela baixíssima oferta de animais terminados neste início de safra, o que reduz o poder de negociação dos frigoríficos.

Nesta segunda-feira (8/3), nas praças paulistas, o mercado abriu o dia com estabilidade nos preços do boi gordo, na comparação com sexta-feira (5/03). O boi gordo, apurou a Scot, está valendo R$ 305/@, preço bruto e a prazo – animais com padrão exportação (jovens, com até 30 meses) são negociados por até R$ 310/@ nos balcões de São Paulo. As vendas de vaca e novilha gordas estão ocorrendo em R$ 282/@ e R$ 297/@, respectivamente, nas mesmas condições, de acordo com dados da Scot. No geral, em São Paulo, as programações de abate atendem em média três dias, informa a consultoria.

Segundo a IHS Markit, nesta segunda-feira, o mercado físico do boi gordo apresentou baixo volume de negócios na maioria das praças pecuárias do Brasil. “Tal comportamento é típico de início de semana, quando a indústria frigorífica geralmente decide avaliar estoques e a dinâmica das vendas de carne, para posteriormente definir qual será a melhor estratégia de compra de animais terminados ao longo da semana”, observa a IHS.



Por causa da oferta restrita e dificuldades de compra de gado em alguns Estados, algumas unidades de abate optaram por conceber férias coletivas aos seus funcionários. “O foco da indústria é retomar as compras quando os primeiros lotes terminados a pasto mostrarem volumes mais consistentes, diminuindo a especulação altista em torno da cadeia de bovinocultura de corte”, avalia a IHS.

Alguns fatores contribuem para a ausência de compradores no mercado do boi gordo. O principal deles é o enfraquecimento das margens operacionais dos frigoríficos, devido à enorme dificuldade em repassar ao restante da cadeia (atacado/varejo) o aumento de custo gerado pela explosão nos preços da matéria-prima (boiada gorda). O consumo doméstico de proteína vermelha continua adormecido pela crise econômica e pelas novas políticas de restrição relacionadas ao avanço da Covid–19.

Na avaliação da IHS Markit, no mercado atacadista da carne bovina, o atual ambiente macroeconômico no Brasil não oferece segurança para a ocorrência de altas mais consistentes nos preços dos cortes. Além disso, diante dos altos preços da carne vermelha e da queda do poder aquisitivo população, os consumidores reforçam a busca por proteínas mais baratas, como frango, carne de porco e ovo.


Fonte: Portal DBO