Os preços do boi gordo bateram a casa dos R$ 240/@ em São Paulo e tendem a subir ainda mais no próximos meses, prevê o analista Hyberville Neto, em texto publicado no site da Scot Consultoria. No entanto, analisa Neto, “as cotações não sobem indefinidamente”, e, por isso, sugere ele, “ir aproveitando um cenário de alta é mais lucrativo que tentar acertar o preço máximo do ano”.
A retenção de fêmeas, estimulada pelas cotações da reposição em alta, além das exportações em ritmo forte, colabora com movimento de alta da arroba, mesmo com o consumo doméstico afetado pela crise, afirma Neto.
“Se não houver mudança de plano econômico, como era frequente há algumas décadas, a arroba do boi gordo vai a R$ 300, o leite vai a R$ 5/litro, a soja a R$ 200/saca e o milho a R$ 100/saca”, prevê o analista da Scot, que acrescenta: “a dúvida é saber quando isso ocorrerá”.
Ainda de acordo com Neto, de tempos em tempos, as cotações máximas nominais são superadas e as novas máximas também ficarão para trás. “Foi o que ocorreu em 2019, e agora em 2020”, compara ele. Em resumo, continua o analista da Scot, “o cenário é positivo para os preços e parece haver espaço para valorizações, uma vez que ainda nem entramos no último trimestre”.
Segundo Neto, no final de ano o consumo doméstico de carne bovina tende a ser maior – ajudado pela gradativa volta da movimentação de pessoas e negócios após o período mais crítico da Covid-19 –, e a própria sazonalidade é de exportações maiores no segundo semestre.
Movimentação no 1º dia útil da semana
Nesta terça-feira, o mercado físico do boi gordo registrou preços firmes em todas as regiões pecuárias do Brasil, e foi marcado pela boa liquidez nos negócios, segundo apurou a IHS Markit. “A trajetória altista ainda se sustenta, e, ao menos no curtíssimo prazo, não parece dar sinais de perder força”, relata a consultoria.
Neste final de semana prolongado pelo feriado de 7 de setembro, o consumo de proteínas bovinas nos principais atacados brasileiros se manteve elevado, confirmando as expectativas positivas para esta primeira quinzena do mês.
Além do avanço nas vendas domésticas de carne bovina, os frigoríficos nacionais seguem com abates aquecidos para atender a firme demandar internacional pela proteína vermelha. No curto prazo, as expectativas para a semana apontam para ajustes positivos nos preços da carne bovina, sustentados pela demanda aquecida e oferta restrita, em função da grande dificuldade das indústrias em encontrar animais prontos para abate.
Giro pelas praças
Em Minas Gerais, os negócios de boiada gorda foram feitos a valores mais elevados nesta terça-feira, de acordo com a IHS Markit. No Rio de Janeiro, pecuaristas também posicionaram patamares mais altos para liquidar a boiada. No Mato Grosso, plantas habilitadas para exportação elevaram as cotações oferecidas pelo gado na tentativa de comprar a matéria prima e preencher as programações de abate dos próximos dias.
Na região sul de Goiás, houve registro de leves ajustes positivos nos preços nesta terça-feira.
Entre as praças das regiões Norte e Nordeste do País, a escassez de oferta mantém forte pressão altista sobre a arroba, que registrou altas no Pará e na Bahia.
Fonte: Portal DBO