Tabapuã, o primeiro gado genuinamente brasileiro
Conheça um pouco mais da história da raça Tabapuã, o primeiro neozebuíno registrado no Brasil e terceiro em todo o mundo.
Tabapuã, o primeiro gado genuinamente brasileiro

Desde o início do século XX, alguns pioneiros já selecionavam um animal mocho, com aparência anelorada, a partir de cruzamentos entre o gado Mocho Nacional com o Nelore, ou com o Guzerá. Porém foi somente no ano de 1.943 que o Doutor Alberto Ortenblad, dono da Fazenda Água Milagrosa, começou o seu projeto de criação de um gado zebu genuinamente brasileiro.

Tudo começou a partir da aquisição de um touro mestiço, sem a devida procedência genética, sabia-se apenas que nele havia sangue Nelore e Guzerá. Porém, chamava a atenção do Doutor Alberto, além da bela conformação de carcaça do animal, o fato de se tratar de um animal mocho. Assim nasceu a ideia da criação da primeira raça de gado zebuína 100% brasileira. O touro ganhou o nome de Tabapuã, município ao qual pertencia a Fazenda Água Milagrosa.

O rebanho então passou a ser minunciosamente controlado, com o touro Tabapuã sendo marcado a fogo com o número T-0, e organizado um fichário completo. Para iniciar os cruzamentos foram adquiridas, de diversas fontes, cerca de 100 matrizes de chifre, mas com características semelhantes ao do touro Tabapuã T-0. Foi então realizados sucessivos cruzamentos do tipo “in and in breeding” no qual são cruzadas filhas e netas com o próprio pai e avô, a fim de se obter um rebanho cada vez mais homogêneo, sempre prezando pela manutenção da característica do touro T-0, o Tabapuã.

Poucos anos depois os pecuaristas de todo o Brasil já estavam interessados em um tal de “zebu mocho” que apresentavam ótimos resultados em provas de ganho de peso oficiais, e foi a partir da década de 60, que outros núcleos de “zebu mocho”, não necessariamente com sangue dos animais da Água Milagrosa, foram surgindo ou ganhando destaque pelo Brasil afora, principalmente nos estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. Com isso o Dr. Alberto sentiu a necessidade de congregar todos esses animais, e em 1968 fundou a Associação Brasileira dos Criadores do Mocho Tabapuã.

Apesar de criada a associação, o Tabapuã ainda não era reconhecido como raça. Em 1970, o Ministério da Agricultura nomeou uma comissão de técnicos para percorrer o país e verificar quantitativa e qualitativamente, todos os rebanhos de “zebu mocho” existentes. No ano seguinte se iniciava um processo de homologação da raça, com reconhecimento do padrão racial e definição do título de “tipo” ao gado Tabapuã. Finalmente, em 1981, o TABAPUÃ foi definitivamente reconhecido como raça, e pouco tempo depois teve seu Livro de Registro Genealógico, que até então funcionava como LA (Livro Aberto), fechado, passando os animais à condição de PO (Puros de Origem).

Hoje a raça Tabapuã, tem apresentado um crescimento qualitativo e quantitativo, possuindo de centenas de milhares de cabeças espalhadas pelo Brasil, além de estar presente em todo território nacional. O Tabapuã apresenta uma excelente aptidão para o corte, mas não é apenas o ganho de peso da raça que entusiasma seus criadores, mas sim as diversas qualidades dos animais, tais como a docilidade, fertilidade, precocidade reprodutiva, conformação frigorífica e uma excelente habilidade materna.

 

Fonte: ABCT – AssociaçãoBrasileira dos Criadores de Tabapuã


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