Touros melhoradores: mercado e pecuaristas atentos a qualidade
Touros melhoradores: mercado e pecuaristas atentos a qualidade

Fatores como avaliações genéticas positivas, melhores medidas de perímetro escrotal e maior peso, entre outras características, atraem o mercado e influenciam diretamente no valor da venda dos reprodutores

Por Rafael Mazão, consultor do departamento técnico corte da Alta Genetics

Nos 15 últimos anos acompanho a produção e o mercado de touros melhoradores de perto, e “muita água passou por de baixo da ponte”. Mudanças da percepção do mercado produtor e dos pecuaristas consumidores de reprodutores e genética de ponta.

Criadores cada dia mais exigentes quanto as informações dos touros, seja eles para inseminação artificial ou para monta natural, ou seja, “a ponte” estreitou, e como diria aqui em Minas Gerais: “essa ponte miúda virou pinguela”.

Naturalmente afunilando e buscando produtos com mais informações, e consistentes, o produtor se sente mais seguro nas suas escolhas genéticas anuais que constrói o seu rebanho no decorrer das gerações.

Criadores sempre em busca de tecnologia para agregar ao processo seletivo, têm em mãos atualmente ferramentas que têm feito grande diferença na produção de animais eficientes e melhoradores.

Inúmeras ferramentas estão disponíveis: software de identificação para seleção intrarebanho, avaliação genômica, programas de melhoramento genético, avaliação de carcaça através de ultrassonografia, provas de ganho de peso e eficiência alimentar, que juntas, além de proporcionar diferencial de seleção, munem os pecuaristas de informações para atestar a qualidade dos animais produzidos.

Em estudos realizados desde 2013 para análise do benchmarking de nossos clientes produtores de touros (entre 24 e 36 meses), analisamos que os 3 principais fatores que mais influenciam o maior valor na venda dos reprodutores, ou seja, o que mais atrai o mercado atual é: 

1º Avaliações Genéticas Positivas;

2º Melhores Medidas de Perímetro Escrotal;

3º Maior Peso.

Com isso, vamos dar uma “espiadinha” abaixo nos gráficos que representam as análises realizadas.

Gráfico 1:

Fonte: Dstak Assessoria Pecuária, 2017 (Dados internos).

 Gráfico 2:

Fonte: Dstak Assessoria Pecuária, 2017 (Dados internos).

 Gráfico 3:

Fonte: Dstak Assessoria Pecuária, 2017 (Dados internos).

Eu não dispenso um belo touro, bom racial e harmonia aliada às características morfológicas produtivas, pois esse devia ser sempre o objetivo né? Com aprumos corretos e estrutura forte, musculosidade evidente e convexa, parte sexual íntegra e eficiente, pigmentação firme e, para completar, com boa libido!

Aliás, nem eu, nem mesmo o mercado. Embora a morfologia seja uma mensuração subjetiva, todos os animais avaliados como Elite, foram mais valorizados dos que os classificados como Superior, Regular ou Inferior, na escala de tipo produtivo padrão da Dstak Assessoria Pecuária, onde seguiram com maior valorização gradativamente em relação as categorias abaixo na escala. Mais um importante indicador, nos referenciando que o “olho” é mais uma ferramenta e é insubstituível na seleção.

As análises dos últimos 5 anos nos indicam as prioridades do mercado atual, mas temos que ir além. Quais serão as premissas do mercado daqui 5, 10, 15, 20 anos? Não tenho dúvidas que várias das ferramentas citadas “logo ali em cima”, serão muito influenciadoras nas escolhas dos reprodutores, pois influenciam diretamente na rentabilidade do sistema de produção, da cria ao abate.

A verdade é curta e grossa, “história para boi dormir” não tem mais espaço. Produzir touros muitos produzem, porém poucos têm conseguido “passar na pinguela e deixar do outro lado” touros eficientes e melhoradores para o mercado faminto por qualidade.

 

Com informações da Assessoria da Alta Genetics

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