Por volta do final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos essa espécie bovina começou a fazer uma revolução na pecuária sulina.
Os pioneiros do zebu americano estavam impressionados com aquele gado com uma corcova nas costas e o quanto ele respondia bem a poucos cuidados. Viam nele a solução do impasse para a difícil criação de raças especializadas europeias, que não se adaptavam bem ao clima do sul do país e não conseguiam produzir carne de qualidade.
Os animais suportavam bem as dificuldades com o clima, os parasitas internos e externos, as doenças e convertiam melhor as pastagens de baixa qualidade.
A American Breeders Brahman Association, que cuida da raça nos Estados Unidos, foi fundada em 1924 e o nome pelo qual o gado é conhecido – o Brahman – significa UM NOVO CICLO.
Realmente, o Brahman representou uma divisão de águas na pecuária americana. Tornou possível uma pecuária de corte rentável, usando-o como grupo étnico ou em cruzamentos com as raças europeias especializadas.
Isso foi tão forte que outros países quiseram também utilizar o Brahman e o importaram.
Hoje, a raça está presente em mais de 70 países e com ótimos resultados. Aquele que inicialmente era um bicho curioso, considerado somente para jardins zoológicos, passou a ser o agente modificador para acréscimo na produção de carne e até em cruzamentos de gado de leite para aumentar a rusticidade desses plantéis.
Muitos foram os atributos que o gado tem no seu perfil que se somam e o valorizam. Entre eles: docilidade e habilidade materna.
A docilidade ajuda muito no manejo do rebanho e faz com que a qualidade da carne seja melhor. Os animais ficam pouco resistentes à presença do homem, não se debatem e, no transporte até o frigorífico, não terão escoriações e áreas de perda na carcaça devido a edemas, por exemplo.
A habilidade materna é importantíssima, porque bezerro bem alimentado e cuidado ganha mais peso durante a amamentação e consegue melhor desempenho no pós-desmame.
Oficialmente, o Brahman começou no Brasil em 1994, no mês de abril, quando chegou a primeira importação vinda dos Estados Unidos sob toda a vigília do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Foi um trabalho longo, com várias pessoas se empenhando para que mais uma raça zebuína tivesse seu lugar na nossa pecuária. Chegou, já demonstrou que veio para ficar e tem contribuído muito.
Fonte: Associação dos Criadores de Brahman do Brasil