A raça Simental tem origem na Suíça, na montanhosa região do vale do rio Simen, de onde é derivado o seu nome. O interesse econômico neste gado logo ultrapassou as fronteiras suíças e mesmo com o governo da Suíça impondo altas taxas para saídas, os países próximos, como a Áustria, Itália, França, bem como a Alemanha, naturalizaram animais com genótipos Simental e assim desenvolveram linhagens próprias, usando a flexibilidade genética da raça para atender a seus interesses. Hoje, a Simental é uma raça Cosmopolita, presente em todos os continentes, sendo o maior genótipo a nível mundial.
HISTÓRICO DA RAÇA NO BRASIL
Os primeiros animais da raça Simental chegaram ao Brasil em 1904, importados pela Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo, com o objetivo de intensificar o fomento à Pecuária. A Associação Brasileira de Criadores da Raça Simental (ABCRS), bem como o “Gado Simental Brasileiro”, são resultantes de um esforço realizado para resgatar os remanescentes das importações e seus cruzamentos selecionados na região Sudeste do Brasil. Diante deste esforço, liderado pelo Sr. Agostinho Caiado Fraga, aglutinando já muitos interessados na raça, fundou-se em 1963 na cidade de Cachoeiro de Itapemirim-ES, a ABCRS, a qual vem atuando no sentido de orientar os acasalamentos buscando valores adaptativos, procurando manter bom nível de produção de carne e leite. A partir de 1970, foi intensificada a importação de animais, sêmen e embriões Simental de diferentes países, facilitando a formação das atuais famílias e linhagens existentes. Em decorrência dessa variabilidade de linhagens, a raça encontra-se hoje difundida em todo o território brasileiro.
APTIDÕES
O Simental é uma raça de dupla aptidão. Tanto na produção de carne como na produção de leite, a raça tem se destacado, apresentando precocidade produtiva e reprodutiva, além da precocidade de crescimento. Maiores evidências dessa alta fertilidade são apontadas quando consideramos os fatos da raça ter sido a primeira a ser utilizada para transferências e bi-partições de embriões e para a realização de fecundações in vitro. Além disso, o primeiro clone produzido no Brasil é oriundo da raça Simental. Possui uma carne macia e marmorizada com gordura entremeada às fibras o que confere alto sabor. Com relação ao leite produzido, ressaltamos o maior teor de sólidos totais, fato comprovado nas exposições nas quais a raça se confrontou com outras, além de apresentar um baixo número de células somáticas, conferindo integridade ao úbere com maior vida produtiva.
No Brasil, é mais utilizada visando cruzamentos, principalmente com animais da espécie zebuína, proporcionando excepcional adaptabilidade, vigor e habilidade materna, essas condições fazem da ½ sangue Simental/Zebu a número 1 dentre as demais, principalmente como receptora de embriões das diversas raças aqui criadas.
PRINCIPAIS LINHAGENS
Suíça: Esta linhagem é composta de animais compactos e rústicos, sexualmente precoces, de tamanho moderado, apresentando grande eficiência de conversão alimentar e alta produção de leite. Os animais suíços resultam de forte homogeneidade (consangüinidade), com muita prepotência nos acasalamentos e seus exemplares foram utilizados desde o início da formação do Simental Brasileiro.
Austríaca: Foi introduzida sob interesse comercial direto com a Suíça. Na Áustria, logo se diversificou uma particular linhagem que atende muito bem aos objetivos de leite e carne. Os animais têm o corpo profundo, apresentando ampla capacidade digestiva e respiratória e muito boa caracterização racial.
Alemã: Também conhecida com o nome de Fleckvieh. Esta linhagem foi também selecionada para dupla aptidão, apresentando alta taxa de crescimento, com evidência de muita musculosidade, sendo a linhagem com o maior número de exemplares no Brasil.
Francesa: Os animais da Raça Simental foram adaptados aos diversos micro-climas da França, a partir de exemplares originários da Suíça, desenvolvendo-se os subgrupos Montbéliard, mais voltada à produção de leite e Abondance e Pie Rouge de Lést, com maiores tendências à produção de carne.
Canadense: Quando da introdução da Raça Simental no Canadá, seus criadores optaram pelo uso na reprodução de animais de grande estatura corporal. Esta linhagem apresenta o pêlo curto e os exemplares, além de compridos, são os de maior peso, entre todas as linhagens disponíveis, sendo usado exclusivamente para melhoria da pecuária de corte. Atualmente, os criadores selecionam seus animais buscando um menor frame, evidenciando maior precocidade e também maior rendimento de carcaça.
Americana: Ao ser introduzido nos EUA, o Simental rapidamente disseminou-se, absorvendo e compondo cruzamentos com diversas outras raças, principalmente no Sul dos Estados Unidos, tendo finalidade exclusiva de melhoria da pecuária de corte, incrementando a velocidade de conversão e qualidade da carne. Por meio de cruzamentos, foram obtidos, naquele país, animais mochos e também exemplares de coloração preta, dando origem ao Black Simental.
Sul Africana: Tem sua origem fundamentada basicamente na linhagem alemã. É composta de animais de um frame menor, evidenciando uma maior precocidade produtiva e reprodutiva. Foi selecionada, visando obter animais com maior adaptabilidade, principalmente em relação a condições de alta temperatura e alta radiação, buscando assim animais com maior teor de pigmento e com pêlo curto.
Fonte: Associação Brasileira de Criadores das Raças SIMBRASIL & SIMENTAL