Pouco se sabe sobre a origem da raça Holandesa ou Fries-Hollands Veeslay, ou ainda Frísia Holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C. Alguns afirmam que foi domesticada há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia (Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha). Prescott (1930) acredita que o gado veio da Lombardia, seguindo o curso do rio Ródano, em mãos das tribos frísias e batavas. Eram animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas. Ou seja, não há um acordo sobre a origem da raça Holandesa.
Com a construção de diques e um programa de resgate de terras, desde o século XV em diante, aumentaram as possibilidades de produção de forragens. Daí para a frente, o gado iria se multiplicar aceleradamente. Concretamente, sabe-se que vários mercados de bovinos foram estabelecidos entre 1200 e 1500 d.C. Em 1.624, foram introduzidos 12.000 bovinos da Dinamarca na região holandesa. Também ficou registrado que, por volta de 1600, cerca de 100.000 animais eram normalmente reexportados depois da engorda, e eram provenientes da Dinamarca, Suécia e Schleswing-Holstein. As tragédias nas regiões baixas, todavia, quebram constantemente a história, pois milhares de homens e bovinos morriam nas inundações que se sucediam desde 810 ou pelas epidemias. A grande epidemia de 1170 liquidou centenas de milhares de cabeças e a de 1714 liquidou 300.000 cabeças de gado. Em 1744, novamente dois terços do gado desapareceram. A peste de 1768 – 1782 destruiu 396.000 cabeças das províncias.
Pode-se afirmar que, no final do século XVIII, quase todo gado antigo havia sido destruído. As pinturas realizadas entre 1500 e 1700 mostram apenas gado pardo ou vermelho mas nada de branco e preto, como resultado das sucessivas tragédias. Berkhey, escrevendo nos anos seguintes da peste, menciona a importação de grande número de bovinos brancos e negros ou quase negro manchado. Assim, pode-se supor que o gado moderno dos Países Baixos teve início na segunda metade do século XVIII. No final do século XIX, o gado ainda não estava dividido em raças, sobressaindo-se o gado importado da Alemanha e da Dinamarca. Buscando melhorar a produtividade leiteira, aumentaram-se as importações da Inglaterra, Europa continental, América do Norte, Índia, África do Sul, Australásia, dentre outros países. Na segunda metade do século XIX, a mescla desses gados já tinha endereço fixo, começando então um amplo trabalho de melhoramento. Em 1882, foi fundada a Sociedade de Livro Genealógico dos Países Baixos, substituindo os dois anteriormente fundados em 1873 (Netherlands Herd-Book) e 1879 (Friesland Herd-Book). Registrava o gado negro malhado, o vermelho malhado ou de outras colorações.
Hoje, são muito poucos os animais malhados de vermelho, sendo a quase totalidade formada de gado preto e branco. Nos Estados Unidos, W.W. Chenery, de Massachusetts, importou muito gado frísio da Holanda (“Dutch Friesian”), durante vários anos. Em 1872, publicou o primeiro Herd-Book, com animais de 12 Estados. O nome “Holstein” surgiu quando um artigo do próprio Chenery trazia, no título, a palavra “Holstein cattle”, por engano, ao invés de “Holland cattle”. O Herd-Book de 1885 era dedicado ao gado “Holstein – Friesian” mas, em 1978, o nome foi reduzido para apenas “Holstein”. No início do século XX existiam as seguintes variedades: ”Oldemburgueza”, “Frísia ocidental”, “Frísia oriental”, “Groningen” e “Beemster”, todas oriundas do mesmo tronco (Cotrim, 1913. p.175). Da Holandesa derivavam, ainda, as raças “Flamenga” (francesa e belga), a Öldemburguesa” (alemã), a “Breitemburguesa” (alemã) e a “Holmogorian” (russa).
Fonte: Associação de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa