Nesta terça-feira, 6 de julho, o mercado brasileiro do boi gordo seguiu estável, refletindo sobretudo a posição mais cautelosa das indústrias frigoríficas, ainda bastante preocupadas com o escoamento lento da carne bovina no mercado interno.
Dados levantados pela Scot Consultoria mostram que, nas praças paulistas, os preços do boi, vaca e novilha estão sendo negociados em R$ 317/@, R$ 294/@ e R$ 310/@, nesta ordem (preços brutos e a prazo).
O chamado boi-China, abatido mais jovem, com até 30 meses de idade, está sendo negociado em até R$ 320/@, preço bruto e à vista, acrescenta a Scot. Na avaliação da IHS Markit, enquanto os preços da arroba não cedem de maneira significativa, os repasses dos custos da matéria-prima no varejo seguem inviáveis. “Neste cenário, as plantas abatedouras continuam cautelosas com relação aos movimentos de composição das escalas de abate”, relata a IHS. Por sua vez, da porteira para dentro, os pecuaristas enfrentam custos de produção crescentes, em função das recentes geadas que atingiram as lavouras de milho safrinha do Centro-Sul do País, agravando a já esperada quebra de safrinha e, consequentemente, elevando os preços do grão. “Já há relatos de não cumprimento de acordos de compra de entre confinadores e fornecedores de milho no Mato Grosso”, informa a IHS. Os frigoríficos aproveitam as adversidades climáticas e o aumento virtual da oferta de boiadas para compor as suas escalas desta semana. A expectativa da indústria, diz a IHS, é de aumento no consumo interno de carne bovina, estimulado pelo recebimento dos salários no quinto dia útil do mês. Giro pelas praças – No Centro-Oeste, os preços do boi gordo seguem, de maneira geral, firmes. As plantas da região continuam ativas na demanda por animais terminados. Por outro lado, a oferta segue restrita, relata a IHS. No Mato Grosso do Sul, Estado também atingido por geadas, a disposição de gado para abate segue mínima e as escalas de abate das indústrias giram em seis dias. No Mato Grosso e nas praças do Tocantins, a compra de boiadas gordas é mais regular e as escalas dos frigoríficos estão ao redor de dez dias, informa a IHS. No Norte e Nordeste, as indústrias já não têm a mesma facilidade para encontrar animais terminados, observa a IHS. As escalas de abate giram entre 5 e 7 dias. No Sudeste, especialmente no Estado de São Paulo, as negociações mostram maior dinâmica, estimuladas pelo aumento da oferta de boiadas. Grande parte dos bovinos oferecidos é proveniente de semiconfinamentos, que sofrem com as geadas que atingem parte do estado. Em relação às expectativas de exportação, apesar da redução da demanda chinesa, uma trajetória de valorização do dólar frente ao real pode manter o volume destinado ao mercado externo no mesmo nível em relação ao ano passado, prevê a IHS Markit. Fatores políticos no Brasil e no Oriente Médio ditam o movimento da moeda norte-americana, acrescenta. No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis nesta terça-feira. “A demanda pela proteína bovina, ao menos até o momento, segue lenta e irregular, não atendendo às expectativas do setor”, observa a IHS. Porém, os varejistas e distribuidoras seguem otimistas, devido ao recebimento dos salários, que pode trazer maior consumo doméstico ao longo da semana em curso. Fonte: Portal DBO LEIA TAMBÉM: Saiba como escolher o gado de corte mais adequado à sua fazenda