O mercado brasileiro do boi gordo segue com oferta modesta, mas escalas relativamente confortáveis em boa parte das indústrias, informa a Scot Consultoria.
Os preços da arroba se mantém em patamares firmes, ainda com tendência de alta.
Em São Paulo, o boi, vaca e novilha gordos estão cotados, respectivamente, em R$ 315/@, R$ 294/@ e R$ 310/@ (preços brutos e a prazo), segundo dados da Scot. Para bovinos que atendem ao mercado externo (abatidos mais jovens, com até 30 meses de idade), a depender do lote e distância, os negócios chegam até R$ 320/@, preço bruto e a vista, acrescenta a consultoria. Segundo a Scot, o aperto na oferta de boiada gorda deve persistir este mês, já que não é esperado aumento importante da oferta de gado oriundo de confinamento. Na avaliação da consultoria, apesar de testes de valores menores pelos compradores, há pontos que podem sustentar ou mesmo dar força aos preços da arroba bovina em curto e médio prazos. Um dos fatores altista é o avanço do dólar frente ao real, o que deve melhorar a competitividade da carne brasileira no mercado internacional. Também há uma expectativa de uma melhoria gradativa do escoamento doméstico de carne vermelha, como reflexo da melhoria econômica com a evolução da vacinação contra Covid-19 no Brasil. Na avaliação da IHS Markit, nesta quinta-feira, 8 de julho, o mercado físico de boiada gorda apresentou significativa redução no volume de negócios, em função da falta de movimentação no varejo. “Apesar do recebimento dos salários, neste mês, ainda não foi possível registrar maior procura por parte dos consumidores pela proteína bovina”, observa a IHS. Neste cenário, relata a IHS, as indústrias retomam o movimento de cautela nas compras de boiadas. Nos últimos dias, as indústrias frigoríficas buscaram acelerar a composição das escalas de abate, visando abastecer o sazonal aumento de demanda da primeira quinzena do mês, acrescenta a IHS. Porém, até o momento, tal demanda não se consolidou, gerando excesso de estoque nas distribuidoras e varejistas, ressalta a consultoria. Os frigoríficos, portanto, não mostram novas necessidades em adquirir animais terminados, buscando não movimentar os voláteis preços, decorrentes da oferta restrita de animais terminados. Do lado de dentro da porteira, pecuaristas se preocupam com as movimentações em torno dos custos de nutrição animal. As recentes geadas que atingiram o Centro-Sul do País impactaram de maneira significativa a safra de milho, agravando a quebra de produção já prevista por conta de fatores climáticos adversos. Segundo informa a IHS, há diversos relatos de renegociação de contratos de compra de milho para o ano de 2022, assim como rupturas, com fornecedores de grãos não entregando o volume negociado, por conta da variação de preços ou falta de matéria-prima. A reversão de tendência nos preços futuros do boi gordo (negociados na B3) reflete as expectativas de aumento dos custos de nutrição dos pecuaristas. Os vencimentos mais valorizados mostram forte alta, retornando ao patamar de R$ 330/@, observa a IHS. A IHS acredita que o anúncio de novas parcelas do auxílio emergencial oferece maior esperança de reação do consumo doméstico da carne bovina no final deste ano. Este fator poderia destinar uma parcela maior da produção ao mercado doméstico, relata a consultoria. No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro, permaneceram estáveis. O sebo industrial, por sua vez, apresenta redução de R$ 0,20/kg. A demanda pela proteína bovina segue lenta e irregular, ao contrário do que esperavam os distribuidores e varejistas. Porém, a chegada do final de semana mantém o otimismo com relação ao aumento da procura por parte dos consumidores brasileiros.
Fonte: Portal DBO
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