Boiada escassa e exportações mantêm arroba nas alturas
Mercado segue com tendência de alta e preços bastante elevados, acima de R$ 230/@ em São Paulo e regiões do Norte e Nordeste
Boiada escassa e exportações mantêm arroba nas alturas

O mercado do boi gordo segue com preços firmes na maior parte do País, seguindo a tendência de alta dos últimos meses. Nesta terça-feira, os negócios caminharam em ritmo lento, diante da baixa oferta e, consequentemente,  enorme dificuldade das indústrias em comprar grandes lotes de boiadas.

Além disso, segundo a IHS Markit, o registro de chuvas em algumas praças pecuárias brasileiras tem dificultado o embarque de gado até os frigoríficos.

No dia de hoje, foram registradas altas na arroba sobretudo em regiões pecuárias do Centro-Norte do País. Na Bahia e no Maranhão, a escassez de oferta de gado tem emplacado forte pressão altista nas cotações, que se destoam, à exceção de São Paulo, dos patamares praticados em outras praças do País, segundo apurou a IHS Markit.

Em Feira de Santana (BA), o macho terminado chegou a R$ 241/@ nesta terça-feira, enquanto a vaca gorda foi negociada a R$ 235/@. Na praça de Açailândia, o boi gordo saiu das fazendas a R$ 232/@, e a fêmea terminada atingiu R$ 212/@.

No Pará, indústrias pesquisadas pela IHS Markit operam com escalas encurtadas, e atuam de forma firme na tentativa de comprar a matéria prima. Em Paragominas, o boi gordo foi negociado nesta terça-feira a R$ 227/@ e a vaca gorda a R$ 217/@. Hoje, os preços da arroba também subiram nos Estados do Rio de Janeiro e de Goiás diante de dificuldade na aquisição de gado gordo em volumes mais significativos.

No Rio Grande do Sul, relata a IHS Markit, em via contrária aos demais Estados, a cotação do boi gordo se fragilizou nesta terça-feira. Frigoríficos do Estado alegam grande dificuldade para adquirir animais e, diante da instabilidade nas vendas de carne para o mercado interno, posicionam os preços abaixo das máximas anteriores, diminuindo os níveis de abates diários.

Exportações 

No acumulado das três primeiras semanas agosto, as exportações de carne bovina in natura apresentaram volumes expressivos com potencial de novo recorde mensal. A China, principal parceiro comercial do Brasil, ainda segue como grande destaque, atuando de forma ativa nas compras de proteína animal, para preencher a lacuna de oferta provocada pela peste suína africana que reduziu o rebanho doméstico.

Nos primeiros quinze dias uteis deste mês, o Brasil embarcou, em média por dia, 8,2 mil toneladas de carne (122,9 mil toneladas no acumulado), com receita de US$ 32,9 milhões, avanço de 33,5% e 28,2%, respectivamente, na comparação com os dados computados em agosto de 2019. O resultado confirma as expectativas de manutenção do ritmo dos embarques, esperado para agosto e também ao longo de todo o segundo semestre.

Fonte: Portal DBO