O Giro do Boi convidou um especialista no assunto para tirar as principais dúvidas dos produtores, que estão relacionadas a nutrição, manejo de água, taxa de lotação, estruturas, uso da genética do gado cruzado, resgate de bezerros ou novilhas, tipos de pastagens, irrigação, custos e tempo de engorda.
“O semiconfinamento nada mais é que a terminação dos animais em sistema a pasto, então os animais permanecem a pasto, eles têm livre acesso ao pasto. Eles recebem uma suplementação com concentrado no cocho para obter o desempenho que a gente espera de um animal em terminação. Então o semiconfinamento tradicional que a gente fala é aquele sistema em que os animais a pasto recebem uma quantidade de concentrado equivalente a aproximadamente 1% do peso vivo. Vamos lá: um boi de 400 kg vai estar comendo 4 kg de concentrado por dia. Normalmente este concentrado é fornecido uma vez por dia quando é o semi tradicional, e 1% do peso vivo em ração”, disse ao Giro do Boi , o zootecnista formado na Universidade Federal de Viçosa, mestre, doutor e pós-doutor pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, Pedro Veiga, gerente global de tecnologia da Nutron, divisão de nutrição animal da Cargill.
“A terminação intensiva a pasto (TIP) já envolve um aumento na oferta de concentrado, então esta oferta de concentrado praticamente dobra, ela chega a 2% do peso vivo. Geralmente a gente trabalha com a taxa de lotação bem mais alta na terminação intensiva a pasto do que no semiconfinamento tradicional, porque à medida que o animal come mais ração, ele tem um efeito que a gente chama de substitutivo, ou seja, ele deixa de comer capim para comer mais ração. Então quando eu forneço 2% do peso vivo de um boi em ração, eu posso aumentar a quantidade de animais por área porque a demanda de pasto é bem menor. Ao passo que no semi tradicional, que é 1%, ele depende muito do pasto, então eu tenho que trabalhar com lotação mais baixa”, comparou Veiga.
“E o confinamento tradicional nada mais é do que fechar os animais num piquete, numa baia e fornecer 100% da dieta dele no cocho, ou seja, ele não tem escolha de pastar ou não. Ele vai comer o que ele precisa diretamente no cocho sem acesso o pasto, então resumidamente seriam estas as principais diferenças”, completou.
Fonte: Giro do Boi