Com o mercado do boi gordo mais travado, em função da dificuldade de venda de carne bovina no mercado interno, a lentidão de negócios também contaminou o mercado de reposição, informa a Scot Consultoria. Os preços seguem de estáveis a mais altos. A semana com menos dias úteis trouxe um redução no volume de negociações, mas é possível ver a falta de animais no mercado.
Entre fevereiro/20 e fevereiro/21, os avanços nos valores da reposição foram mais intensos que os observados para o animal para abate, contexto que vem resultando em piora na relação de troca de terminadores.
Além disso, continua a Scot, o cenário atual é de melhoria gradual das pastagens, permitindo que a ponta vendedora mantenha os animais no pasto, endurecendo as negociações.
“Outro ponto relevante é que, devido ao feriado prolongado de Carnaval, o volume de negócios concretizados foi baixo, o que resultou em queda nos preços dos animais mais jovens em algumas praças, acrescenta a consultoria. Entretanto, de forma geral, os preços continuam em ritmo de alta com a menor oferta de animais.
No balanço semanal, na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados e Estados pesquisados pela Scot Consultoria, as cotações no mercado de reposição recuaram ligeiramente (0,6%) na comparação com os valores da semana anterior. Contudo, os preços para a mesma referência estão 72,5% maiores quando comparados com os do mesmo período de 2020, compara a Scot.
O trabalho de apuração de consultores da IHS Markit também detectou uma redução de negócios em leilões nos últimos dias. No entanto, destaca a IHS, a oferta restrita de gado jovem segue dando sustentação às cotações dos bovinos na reposição, uma vez que muitos agentes continuam a reter matrizes com intuito de tentar minimizar a necessidade de atuar num mercado altamente especulado.
Segundo os negócios informados no aplicativo da Agrobrazil, os valores do bezerro nas praças paulistas tiveram uma valorização de R$ 109,00/cab na primeira quinzena do mês, mostrando que o mercado segue subindo com maior demanda e menor oferta de animais.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é bastante desafiador a pecuaristas da terminação, tendo em vista que esses agentes também se deparam com custos de insumos para alimentação em patamares recordes.
Fonte: Compre Rural