Mercado projeta alta e a busca por sêmen de reprodutores comprovados deve aumentar em 2018
A inseminação é uma das principais ferramentas de melhoramento genético nos bovinos e a mais acessível. Mais de 12 milhões de doses de sêmen foram vendidas em 2017, segundo estimativa da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Só com a venda de material genético, o setor movimentou cerca de R$ 360 milhões.
A expectativa para este ano também é animadora. O presidente da Asbia, Sérgio Saud, diz que a pecuária de corte se recuperou muito bem ao longo de 2017. Já a pecuária leiteira, que enfrentou quedas nos preços pagos aos produtores, dá sinais de retomada nos investimentos. “O primeiro insumo que o pecuarista investe é a nutrição para aumentar a produção. O segundo passo é investir em genética. Quando ele ganha mais, investe mais em sêmen”, afirma Saud.
Com a melhora da situação econômica, a tendência do produtor é investir em mais genética e sêmen importado, diz Sérgio Saud. “A expectativa, se nada de diferente acontecer, tendo em vista que é ano de eleição e Copa do Mundo, será um ano superior a 2017 na pecuária de corte por causa do aumento do consumo da população. Tudo indica que também vai subir o preço do leite, o que vai impactar positivamente no mercado de genética”, completa.
O médico-veterinário Ricardo Oliveira é coordenador do curso de inseminação artificial em bovinos da Emater, no Rio Grande do Sul, um dos mais antigos do Brasil. A alta procura pela capacitação dá uma ideia da importância da técnica para os pecuaristas. Há uma turma nova todo mês, mas as vagas costumam acabar em março. As aulas são voltadas para produtores, técnicos e funcionários de fazendas.
Ricardo afirma que o custo-benefício da inseminação artificial é muito grande, tanto para pecuária de corte quanto de leite. “Além do melhoramento genético, a técnica evita doenças e reduz o custo de aquisição e manutenção de reprodutores”, complementa. O curso prático custa R$ 490,00 e aborda temas como anatomia, reconhecimento de cio e manejo correto do sêmen. As aulas são dadas em Montenegro, perto de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
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O veterinário também diz que é necessário identificar exatamente quais as características desejáveis ao rebanho e quais o reprodutor escolhido irá repassar. “Inseminação artificial é colocar o que tem de bom e tirar o que tem de ruim. É preciso conhecer o material genético que se está usando. Ele tem que vir de touros provados. Isso dá mais certeza do retorno”, afirma Ricardo Oliveira.
O Leilão de Sêmen da Apoio Genética, a cargo da Programa Leilões, é o primeiro do ano na programação do Canal Rural a ofertar esse tipo de material. O remate irá comercializar sêmen de mais de 200 touros das raças angus e nelore. Estão na lista reprodutores renomados da atualidade e até animais da década de 1960.
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Conrado Giraldi, sócio proprietário da empresa que promove o remate, também acredita que o mercado da inseminação tem perspectiva de crescimento em 2018. Ele diz que tanto o selecionador iniciante quanto o de elite necessita de genética apurada, de acordo com o objetivo. “Entre as características mais procuradas estão: equilíbrio, precocidade de acabamento, fertilidade e longevidade do rebanho. Também há aquelas características específicas, como marmoreio da carne. Em cima disso que o trabalho genético funciona bem”, ressalta Giraldi.
Conrado também diz que o pecuarista ganha muitos anos de melhoramento com a inseminação artificial. “Normalmente, o touro que vai pra central é o principal animal da fazenda. Por isso, o comprador tem acesso a genética reconhecida”, afirma. O 43°Leilão Virtual de Sêmen Apoio Genética será realizado no dia 27 de janeiro, a partir das 14h, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural. Uma ótima oportunidade de negócios para os pecuaristas que já conhecem a qualidade dos produtos ofertados nos leilões transmitidos pelo Canal Rural.
Por Júlio Prestes | Canal Rural