Enquanto os preços do boi gordo no mercado físico andam praticamente de lado, as cotações futuras seguem trajetória de alta na bolsa de mercadorias B3.
Nesta terça-feira, 18 de maio, os contratos com vencimento em outubro/21 alcançaram R$ 341/@, um novo recorde na série histórica.
Tal movimento no mercado futuro, dizem os analistas, deve estimular o confinamento, setor que foi afetado durante este ano devido à explosão nos custos da ração e de animais de reposição.
“Há uma aparente melhora de cenário para o segundo semestre do ano, não só pela valorização da arroba nos contratos futuros, mas também pela queda gradual nos preços do milho”, observa consultoria a IHS Markit.
No entanto, muitos produtores, sobretudo os de pequeno e médio portes, têm relatado que não pretendem confinar este ano.
Segundo pesquisa recente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o rebanho confinado no Mato Grosso pode recuar 20% este ano em relação ao resultado computado em 2020.
Dia a dia do mercado – Nesta terça-feira, 18 de maio, o mercado do boi gordo registrou calmaria nas principais regiões do País.
Segundo a Scot Consultoria, a oferta de animais terminados em São Paulo segue comedida, mas as escalas de abate das indústria estão confortáveis.
Com isso, o preço do boi e da novilha gordos ficaram estáveis nesta terça-feira, valendo R$ 306/@ e R$ 298/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Por sua vez, a cotação da vaca gorda teve leve queda de R$ 1/@ na comparação diária, para R$ 283/@.
Na avaliação da IHS Markit, o mercado pecuário apresenta volume de negócios extremamente baixo.
O período de seca, apesar de forte, não trouxe aumento da oferta de boiadas suficiente para levar os preços abaixo da faixa de R$ 290/@, observa a consultoria.
As indústrias frigoríficas, segundo a IHS, continuam cautelosas nas ordens de compras de animais para abate.
Dentro das porteiras – Os pecuaristas de grande porte buscam animais no mercado para aproveitar os elevados preços da arroba apontados para segundo semestre, enquanto os produtores menores preferem fechar parcerias com boiteis, informa a IHS.
Exportações perdem fôlego – Neste mês, as exportações de carne bovina in natura continuam fracas.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado alcançou 55,2 mil de toneladas nas primeiras duas semanas de maio, com uma média diária de 5,5 mil ton./dia, retração de 28,7% em relação à média de maio/20 e 11,3% inferior à média diária do abri/21.
Estabilidade no mercado atacadista – No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos permaneceram estáveis. O fraco consumo doméstico impede maior volume de negócios na cadeia, informa a IHS.
Distribuidores e varejistas relatam registro de sobras de produtos bovinos, pois não conseguiram escoar as mercadorias mesmo com a redução nos preços observada na última semana.
Porém, a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário dos aposentados e o recebimento do auxílio emergencial fornecem expectativa de uma eventual recuperação do consumo interno de carne bovina na virada de mês, analisa a IHS.
Fonte: Portal DBO