OFERTA DE BOIADAS GORDAS SEGUE ENXUTA E COTAÇÕES SE MANTÊM AO REDOR DOS R$ 300/@
Os preços de todas as categorias destinadas ao abate permaneceram estáveis na maioria das regiões de pecuária do País
OFERTA DE BOIADAS GORDAS SEGUE ENXUTA E COTAÇÕES SE MANTÊM AO REDOR DOS R$ 300/@

Ao longo desta semana, o mercado brasileiro do boi gordo registrou nova sequência de leves baixas diárias no valor da arroba, influenciada pelo ligeiro aumento de oferta de boiadas gordas, que foi estimulada pela chegada do período seco nas principais regiões pecuárias e, consequentemente, pela maior dificuldade dos produtores em manter os animais nas fazendas.

Especificamente nesta sexta-feira, 14 de maio, os preços de todas as categorias destinadas ao abate permaneceram estáveis na maioria das regiões de pecuária do País, refletindo sobretudo a menor necessidade de compra das indústrias frigoríficas, que conseguiram aumentar as suas escalas de abate nas últimas semanas.

Com isso, segundo apurou a Scot Consultoria, o boi, a vaca e novilha gordos valem, respectivamente, R$ 306/@, R$ 284/@ e R$ 298/@ (preços brutos e a prazo) no Estado de São Paulo (veja abaixo as cotações atuais de machos e fêmeas nas principais regiões pecuárias do País).

Na avaliação da IHS Markit, mesmo com o aumento dos negócios no mercado do boi gordo, a oferta atual de animais terminados continua muito aquém das médias históricas para esta época do ano.

“Os pecuaristas ainda seguem tentando driblar os altos custos de produção, e por isso resistem vender a boiada aos preços determinados pelas indústrias”.

Segundo a IHS, a oferta de animais engordados no pasto parece já ter atingido o seu auge, como mostra o quadro atual de escassez de oferta observado no Centro-Oeste e Sudeste do País.

Com isso, muitas fazendas de pequeno e médio portes, continua a consultoria, estão sendo obrigadas a fechar parcerias com boiteis, que têm maior poder de barganha na compra de componentes para ração, viabilizando a terminação no cocho, mesmo depois da explosão no valor do milho, entre outros ingredientes.

Por sua vez, as plantas frigoríficas diminuíram consideravelmente os seus abates diários, buscando fôlego nas escalas e, ao mesmo tempo, tentam cada vez mais barganhar preços menores nos principais balcões de negócios do País.




Por enquanto, na queda de braço entre frigoríficos e pecuaristas, as indústrias levaram ligeira vantagem nas últimas semanas, obtendo algum sucesso em suas estratégias de aquisição de gado gordo, avalia a IHS. Porém, há uma enorme resistência dos pecuaristas em negociar o boi por preços abaixo de R$ 295/@.

Apesar do recuo nos preços da arroba, muitos agentes do mercado ainda relatam margens operacionais desgastadas – algumas indústrias continuam trabalhando no vermelho.

De olho na entressafra – O mercado apresenta grande preocupação com os valores que serão praticados no período de entressafra do boi gordo, em função da crescente instabilidade de oferta.

De acordo com a IHS, os agentes tentam se proteger por meio dos contratos futuros negociadas na bolsa de mercadoria B3.

Ao longo da semana, os vencimentos de junho/21 tiveram um salto na quantidade de contratos abertos, assim como nos preços. Altas ainda mais expressivas foram observadas no contrato de outubro/21, que atingiu R$ 333/@, informa a IHS Markit.

No mercado varejista, os preços dos principais cortes bovinos sofreram variações negativas ao longo desta semana.

Cortes recuam no atacado – A demanda dos consumidores novamente ficou abaixo das expectativas, criando a necessidade de escoamento da produção de carne bovina por preços mais baixos, observa a IHS.

O dianteiro, a ponta de agulha e a vaca casada apresentaram queda de R$ 0,50, estimulando levemente o consumo, acrescenta a consultoria.

Ainda assim, ressalta a IHS, não há procura suficiente para ocasionar reposição de estoques das peças do boi.

Embarques desaceleram – Em relação às vendas externas de carne bovina in natura, houve uma desaceleração na primeira semana de maio/21.

De acordo com Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado alcançou 29,8 milhões de toneladas na semana passada, com uma média diária de 5,9 mil toneladas/dia, baixa de 23 em relação a maio/20 e queda de 6% sobre a média registrada em abril/20.

No entanto, segundo avaliação da IHS Markit, os embarques da proteína vermelha podem se recuperar ao longo do mês.

Dados econômicos divulgados nos EUA elevam pressão para elevação da taxa básica de juros naquele país, frente aos índices inflacionários crescentes. Em função desse fator, observa a IHS, caso confirmado, o real tende a desvalorizar em relação ao dólar, favorecendo a demanda internacional pela carne brasileira.


Fonte: Portal DBO