Os preços do leite pago ao produtor caíram pelo segundo mês consecutivo. Apesar da produção em queda nas principais bacias leiteiras, a demanda fraca na ponta final da cadeia tem ditado o rumo do mercado.
Considerando a média ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, a queda foi de 1,5% na comparação mensal.
No entanto, mesmo com os recuos no primeiro bimestre de 2021, o patamar atual está 37,4% acima do registrado em igual período do ano passado. A preocupação, no entanto, é com os custos de produção da atividade, que seguem elevados e apertando a margem do produtor.
Com relação a produção de matéria-prima (leite cru), o volume captado em janeiro/21 caiu 0,3% (média nacional), na comparação mensal.
Do lado da demanda, o consumo doméstico de leite e derivados está patinando desde o começo do ano, sendo que, além da sazonalidade típica desse período, o fim do auxílio emergencial do governo federal, em dezembro/20, pesou negativamente sobre a demanda.
Com a demanda fraca, os varejistas têm pressionado o mercado atacadista, que registrou quedas nos preços dos lácteos em fevereiro. Foram verificados recuos também nas cotações no varejo.
Para o pagamento a ser realizado em março/21 (produção entregue em fevereiro/21), o viés é de manutenção a queda nos preços do leite pago ao produtor.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, 45% dos laticínios acreditam em estabilidade no preço do leite ao produtor, 43% das indústrias falam em queda e 12% estimam alta para o produtor.
A pressão de baixa deve ser maior no Sul e Sudeste, que reúne os principais estados produtores e consumidores do país. Entretanto, com a produção diminuindo, as quedas no preço do leite deverão ser mais comedidas em curto e médio prazos.