A bovinocultura de corte brasileira tem sua produção concentrada em sistemas extensivos e, portanto, dependente das condições climáticas e ambientais que contribuirão na produção de forragem. Do total de bovinos abatidos, 93% são terminados a pasto e somente 7% terminados em sistemas de semiconfinamento e confinamento. A queda da produção forrageira no período da seca resulta em um decréscimo no desempenho animal, com consequente aumento na idade de abate, queda na taxa de desfrute do rebanho e na lucratividade final da propriedade, além do comprometimento da qualidade das carcaças produzidas (SOUSA, 2008).
Segundo o IBGE (2010), a agropecuária brasileira participou em 2010 com 5,8% no Produto Interno Bruto do país, onde movimentou um valor de R$ 180,8 bilhões de reais, representando um crescimento de 6,5% sobre o volume registrado em 2009. O rebanho bovino do Brasil tem uma participação mundial considerável, com 209,5 milhões de cabeças. Aumento do rebanho bovino foi registrado nas regiões norte (4,1%), centro-oeste (2,7%), nordeste (1,7%) e sudeste (0,6%), enquanto no sul do país houve uma leve queda (-0,1%).
O Brasil é detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo, com clima favorável e abundância territorial e de vegetação, e é líder em produção de carne no mundo. Porém, com a variação na produção das plantas forrageiras tropicais e deficiências nutricionais da pastagem, base do sistema de criação, a produtividade fica comprometida. De modo geral, há excesso de produção no período das águas e, durante a seca, o uso de tecnologias eleva o desempenho animal e permite a conquista do mercado de forma sustentável e competitiva (CARLOTO, 2008).
Quando há busca por competitividade, é fundamental que o sistema de produção adotado proporcione a eliminação ou diminuição das fases negativas do mesmo, possibilitando ao animal condições que permitam um crescimento linear e constante crescente, durante o ano, e alcance condições de abate, peso e/ou terminação mais precocemente. Neste cenário, a utilização de suplementos concentrados em sistema de pastejo pode propiciar elevação no desempenho animal, aliado a acréscimos na taxa de lotação, permitindo elevar a produtividade do sistema de produção (REIS et al., 2009).
A relação entre a produção de verão e inverno é de aproximadamente 4:1, ou seja, a cada 1000 kg de forragem produzida durante o ano, 800 kg está concentrado em aproximadamente 6 meses de verão, enquanto nos demais, apenas 200 kg, importante ressaltar que a estacionalidade de produção forrageira é mais marcante para as espécies de capim pertencentes ao gênero Panicum (Tanzânia, Mombaça e Colonião), comparativamente àqueles do gênero Brachiaria (Marandú e Humídicola), que apresentam maior plasticidade de produção e manejo (RESENDE et al., 2005). PEREIRA et al. (2006) observam que no brasil a taxa de lotação média é muito baixa (0,6 UA/ha), resultando em produtividade inferior ao potencial do setor pecuário.
Fonte: SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE TERMINADOS EM PASTAGENS TROPICAIS: REVISÃO. Alex Lopes da Silva, Hermógenes Almeida de Santana Júnior, Mário Alves Barbosa Júnior, Cibelle Borges Figueiredo, Antônio Hosmylton Carvalho Ferreira, Elizângela Oliveira Cardoso Santana, Marilene dos Santos Maciel.